Black Friday for breath!
Black Friday for breath!
Em inglês, o substantivo breath é usado para diversos termos, como respiração, fôlego, sopro e hálito, por exemplo. Mas no geral, quase todos se tratam do ar expirado pelas narinas e/ou boca. Ar esse que, bem ou mal, sempre vai sair. Agora, se o ar está bom ou mau, apenas outra pessoa pode te dizer. Isso porque a expiração acontece constantemente e próximo às narinas, órgãos responsáveis pela captação dos odores, que, como você já deve ter notado, pode se acostumar com cheiros. E é isso que impede a percepção ou a autoqualificação do hálito.
Desse modo, só outra pessoa, por não conviver fixamente próximo a sua expiração, pode dizer se o seu hálito está ok. Muitas vezes isso dificulta a percepção do mau ar expirado, ou seja, o mau hálito, ainda mais, já que muitas pessoas, apesar de notarem o odor ruim em alguém, não se sentem confortáveis para fazer o alerta. Pense bem: você conseguiria dizer para um amigo que ele tem mau hálito? Difícil, né? Mas é o mais indicado. Afinal, quem avisa, amigo é, e isso permitiria a busca pelo tratamento.
Está certo que seria ótimo se existisse um dispositivo que nos indicasse a qualidade do nosso hálito diariamente, em casa mesmo. Já pensou? E se você é como eu, acharia ainda melhor se esse aparelho tivesse um preço em conta, né? E já que estamos em novembro, se ele ficasse ainda mais barato na famosa Black Friday, aí sim seria uma festa.
Mas infelizmente isso ainda não é possível. O tratamento para o mau hálito é sempre feito em consultório, com um cirurgião-dentista. Mesmo assim, considerando as minhas anamneses (conversas) com os pacientes, talvez possa dizer que 99% das pessoas recorrem a esse artifício para o “tratamento” do mau hálito: o mais barato!
Isso inclui sempre mastigar chiclete de gosto bem mentolado, escovar os dentes e a língua de forma excessiva, usar exanguantes bucais, além de inúmeros produtos apontados como “milagrosos”. No entanto, nesses casos, o barato sai mais caro do que a gente pensa. E nem é de custo financeiro que estou falando. Dinheiro a gente recupera. Mas e a saúde emocional?
Quanto custa ser dependente desses “aromatizadores do hálito”? Você sabe me dizer o tempo de efetividade de um chiclete ou enxaguante bucal? Alguns pacientes me relatam que já usaram desses artifícios, mas pararam porque perceberam que o odor piorava. Já outras pessoas que me procuram afirmam não viver sem. A insegurança, a confusão entre cheiro (percepção olfativa) e paladar (gosto) vendem mais gomas de mascar e balas do que consultas. O triste é que até parece inofensivo, mas tem um preço alto!
Às vezes, a pessoa que sofre com mau hálito está apostando sozinha na solução do seu caso, recorrendo a produtos de prateleiras que vendem o combo: dentes brancos + hálito fresco + proteção anticárie + horas de proteção. Só que esse combo é tão bom quanto aquela promoção da Black Friday: o produto custava 2X em outubro; em 1º de novembro custava 4X; e na última semana do mês, na Black Friday, custa 2,5X. Entendeu? Então, antes de qualquer compra, se assegure de estar comprando o melhor!