Carnaval: sexo oral e saúde bucal
Considerada uma das maiores festas do mundo, o Carnaval está chegando. São quatro dias de muita folia e alegria em todo o Brasil, que neste ano acontece entre os dias 25 e 28 de fevereiro. No entanto, apesar da festança e euforia, o Carnaval, para algumas pessoas, também é uma época de excessos, que podem gerar problemas para a saúde não só no período da folia, mas ao longo da vida. Por isso, a recomendação é não descuidar da saúde, incluindo a saúde bucal. Afinal, a boca pode ser a porta de entrada para bactérias e vírus.
E se um simples beijo pode ser uma via de transmissão de doenças, o sexo oral, pelos contatos mais íntimos entre os organismos envolvidos, pode ser uma verdadeira via expressa. É o alerta a cirurgiã-dentista Karyne Magalhães. “Boa parte das pessoas gostam de sexo oral. Há quem goste de proporcionar esse prazer e alguns outros gostam apenas de receber. Independente disso, será que estamos fazendo isso de forma correta? Quantas mulheres usam preservativo feminino? Os homens querem e usam essa proteção? A preocupação, na verdade, mais fica apenas por conta de uma gestação indesejada. Mas e as doenças sexualmente transmissíveis?”, questiona a especialista.
“Quando pensamos em sexo oral e nos lembramos da camisinha, esquecemos que a saliva também é fonte de transmissão, pois contém micro-organismos que muitas vezes são considerados patógenos. Isso significa uma transmissão cruzada, independente do sexo oral, pois as doenças podem ser adquiridas pelo beijo. O que devemos fazer é prevenir. A prevenção ajuda a reduzir as doenças que poderiam até ser chamadas de ‘doenças do amor’ ou ‘doenças do desejo'”, conta Karyne.
Segundo a cirurgiã-dentista, os check-ups são importantes pontos da prevenção. “É preciso estar ciente que a prevenção começa com os check-ups médicos e odontológicos. Esses são os primeiros passos. Usar preservativos, cuidar da saúde, controlando os estados emocionais, a alimentação e praticando atividades físicas são ações que dificultam o aparecimento das doenças que suprimem as nossas defesas naturais”, diz.
Karyne conta que a frase “quem vê cara não vê coração” é a realidade nua e crua. “Não se pode confiar apenas na aparência. As doenças transmitidas pelo beijo e pelo ato sexual vão desde uma a candidíase, oral e vaginal, HPV, vaginites, mononucleose, chamada de doença do beijo, herpes, gonorréia, sífilis, tricomoníase, clamídia e, a mais temida e cruel, contraída pelo HIV, a Aids”, lista.
As DSTs mais comuns são:
– Sífilis: feridinhas no pênis, na vulva ou na cavidade bucal. Indolor. Mesmo sem tratamento, ela desaparece, mas a doença continua circulando no sangue.
– Condiloma Acuminado: causada pelo HPV, com aspecto de verruga ou couve-flor. Essa doença pode levar ao desenvolvimento do câncer em colo de útero, anal e na cavidade bucal.
– Hepatites Virais: milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B, C e D e não sabem. Sintomas: cansaço, tontura, enjoo, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
– Aids: destruição das células de defesa naturais do nosso corpo. Enfraquecida, a pessoa começa a apresentar várias doenças chamadas de infecções oportunistas, incluindo algumas lesões na boca.